AMATEUR

HAL HARTLEY
O cineasta norte-americano Hal Hartley surgiu no cenário internacional no início dos anos 90 como nome de destaque no cinema independente dos Estados Unidos. Na primeira parte da década passada, Hartley podia ser visto dentro desse universo como Jim Jarmuch havia sido nos anos 80. Criativo, fazendo filmes cheios de referências do cinema europeu (principalmente a primeira fase de Godard) e trabalhando temas e estéticas que iam no sentido oposto daqueles praticados por Hollywood.

Nos seus filmes, principalmente em seus melhores trabalhos – “Confiança” (1990), “Surviving Desire” (1991) e “Amateur” (1994) – Hal Hartley mostra muita criatividade na composição de personagens e situações.
Os seus personagens são cativantes, densos, angustiados e cheios de dúvidas e, ao mesmo tempo, agem com um grande sentido de liberdade e leveza. Os diálogos sempre foram uma das melhores qualidades no cinema de Hartley. São desenvolvidos com forte dose de ambigüidade e cinismo, expressam a desorientação e o deslocamento de personagens estranhos que vivem à margem de uma sociedade que rejeitam. As conversas entre as figuras dramáticas nos longas-metragens do realizador assumem, muitas vezes, um choque dialético que levanta inúmeras questões, transmite forte mal-estar existencial sem nunca oferecer respostas ou conclusões. 

Outra característica marcante de cinema de Hal Hartley, e que está presente em “Fay Grim”, é o aspecto “cool” de seus personagens, elemento que nunca serve como perfumaria dramática, mas sim como base da proposta estética do realizador.
Hal Hartley, cineasta americano, nascido em Lindenhurst, em 3 de novembro de 1959 é considerado na década de noventa o maior ícone do cinema independente americano.

AMATEUR
Há filmes que se tornam especiais.  Amateur  consegue fazer de nós cúmplices dos seus labirintos quase sem saídas, de becos improvisados e escapes inesperados. De uma ação psicológica intensa, o filme vai do humor negro ao drama existencialista, do thriller ao policial, trazendo pistas de quem foi ou de quem é cada personagem.
Amateur traz diálogos poucos convencionais, uma característica das obras de Hartley, além de um humor envolvente, onde cada ator carimba o aspecto corrosivo e essencial do seu personagem, tornando-os dilacerantes dentro de uma estética fotográfica favorecida por planos generosos.


Feito em 1994, o filme foi uma ode à atriz francesa Isabelle Huppert, que escrevera para Hartley revelando-se sua admiradora, propondo-se a trabalhar com ele fosse em que papel ele a quisesse dirigir. O resultado do encontro é um momento brilhante da criação de Hal Hartley e do talento ilimitado de Isabelle Huppert, tornando-o um filme cult do cinema independente americano.

22h30, legendado em português